TRANSPORTES E MOBILIDADE

No dia 23 de Abril, realizou-se um debate na sede do BE Gaia sobre “Transportes e Mobilidade – Onde param os transportes públicos?” com a participação Heitor de Sousa, deputado à Assembleia da República, e Filipe Silva, funcionário da STCP, moderado por Raquel Jesus, da Concelhia de Gaia do Bloco.

Os passageiros dos transportes públicos têm o direito a uma adequada rede de transportes, de forma a facilitar a sua deslocação, com a garantia de integração e articulação horária.

Foi debatida a possível municipalização da STCP, que serve 6 Municípios. Poderia ser vista como uma aproximação aos cidadãos, solução democrática de respeito pelo poder local, mas – é o ponto de vista dos trabalhadores da empresa -, as Câmaras não possuem hoje capacidade técnica e financeira para assegurar a gestão dos transportes. Apesar de não porem de parte a participação dos Municípios, defendem que os mesmos não devem possuir o controlo da gestão.

A realidade de Gaia e Porto, no que toca aos transportes, centra-se na intermodalidade, a utilização de variados tipos de veículos, de modo a ser mais fácil a deslocação a locais de difícil acesso. Tal deslocação baseia-se em autocarros de empresas públicas e privadas, metro e comboio em que, em grande parte dos casos, se pode viajar com o mesmo título de transporte. Para uma rede de transportes públicos eficiente, que responda às necessidades dos cidadãos em termos de assiduidade e pontualidade, qualidade e segurança, é necessária uma reestruturação da rede de transportes rodoviários, que se mantém quase intacta com trajectos que não acompanharam a evolução do Município, concessões que mantêm como prioridade a deslocação para o Porto através da Avenida da República, mesmo com o metro a fazer o mesmo percurso.

Isto traz à mesa a questão da integração, assim como a necessidade de expandir a adesão ao Andante a empresas que cobrem áreas de acesso mais limitado, como Carvalhos, Grijó e Perosinho. Desta forma seria possível um ajustamento de preços e uma mobilidade mais diversificada, uma utilização de diversos transportes de acordo com a necessidade desses residentes, que têm na sua mobilidade um custo elevado.

Os passageiros têm o direito a uma solução económica, com a possibilidade de adesão a um tarifário social no âmbito do serviço público. Apesar de em Gaia haver a possibilidade de tarifários integrados e de facilidade de utilização, como é o caso do Andante, e de tarifários sociais, ainda poderia ser mais acessível o preço das assinaturas mensais pois, para uma família inteira com assinatura mensal Andante, mesmo sendo tarifário social, a quantia total gasta em transportes é uma parte considerável do seu rendimento familiar.